sábado, 31 de julho de 2010

linhas de Cascais - José-Augusto França

Ler e a Personalidade de Homero, datado de 1943 [...] . São 60 000 palavras e gráficos de um ensaio dedicado à memória de Sá-Carneiro, Ângelo de Lima, Pessoa e Raul Leal, de Santa Rita, Amadeo e Viana, a Sara Afonso, sua mulher, e aos pintores cubistas e a Matisse, num sítio de Portugal, na sua casa de Bicesse, o Fim-do-Mundo mais perto de Lisboa, cidade de Ulisses, junto à Serra da Lua...
José-Augusto França, O Essencial sobre Almada Negreiros, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2003, pp. 64-65.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

linhas do horizonte - Osvaldo Alcântara (Baltazar Lopes)



MAR

És estrela e única vida.
Vida que sobe das esquinas ocultas
no mar sem águas, no mar
com águas sem sal que vêm a diluir-se
lá no fundo das distâncias mágicas!

Vida para quê?
Ó distância da vida pouco e pouco escoando-se.
Mistério do caminho cada vez mais certo?
E as auroras que eu via
e nelas me alava para as viagens futuras!

Mas não esta viagem em limite,
de passadas mutiladas.

Mas, tu és o que fica.

sábado, 17 de julho de 2010

Uma tela e uma sinfonia para o «Cascais» de Garrett (3)

Ao contrário, porém, do que seria de esperar, as relações relativamente próximas entre Garrett e Barreiros -- oficial do exército chegado a Saldanha, tendo travado conhecimento com o poeta quando do desembarque do Mindelo -- não foram, ao que parece, afectadas pela infidelidade da viscondessa da Luz. Prova-o a correspondência trocada entre ambos, datada de 1851, sobre assuntos de mútuo interesse, cujos excertos foram recentemente revelados por José Calvet de Magalhães na excelente biografia Garrett -- A Vida Ardente de um Romântico (Lisboa, Bertrand, 1996/.

Jornal da Costa do Sol, #1550, Cascais, 22 de Janeiro de 1998, p. 14.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Matilde Rosa Araújo no Hotel Baía

Morreu Matilde Rosa Araújo, esta madrugada na sua casa, em Lisboa, aos 89 anos. Muito ligada a Cascais (há inclusivamente um escola com o seu nome), foi uma grande escritora para os mais novos, e uma senhora de uma enorme delicadeza e simpatia. No blogue sobre Bernardino Machado, da autoria do seu neto, Manuel Sá-Marques, deparo com esta foto, por si obtida, no Hotel Baía.
(outro post, aqui)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

linhas do horizonte - Alberto de Serpa



MAR MORTO


A JORGE AMADO


A noite caiu sobre o cais, sobre o mar, sobre mim.

As ondas fracas contra o molhe são vozes calmas de afogados.
O luar marca uma estrada clara e macia nas águas,
Mas os barcos que saem podem procurar mais noite,
E com as suas luzes vão por mais estrelas além.
O vento foi para outros cais levar o medo,
E as mulheres que vêm dizer adeus e cantar
Hoje sabem canções com mais esperança,
Canções mais fortes que a ressaca,
Canções sem pausas onde passe uma sombra de morte.
Velhos martimos, para quem a terra é já a sua terra,
Olham o mar mais distante e têm maior saudade.
Pára o rumor duns remos.
Não vão mais ás estrelas as canções com noite, amor e morte...


Penso em todos os que foram e andam no mar,
Em todos os que ficam e andam no mar também,
E a luz do farol, lá longe, diz talvez...
 
Golf
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