ROCHAS DA BAFUREIRA
«Que é o amor senão uma fera espiritual
feita de todos os animais carnívoros?»
(Teixeira de Pascoaes)
São três aves sobre o mar calminho, rés
ao vento que corre pouco, sol de cardos.
Já não trazem mortos nem sal no convés
os barcos que vejo, mas trazem leopardos.
Viúvas do mar, quem vos amaldiçoa
no país de limo, com sonhos à ré?
Sabres, lenços, lágrimas de bacalhoa:
não há bicho algum que morra jacaré!
Oh brumas de cal que pesco, cheiro e caço,
os meus beijos têm saliva de lacrau,
e as ondas que afago fazem lembrar o aço...
No areal em chamas, com pedras e paus,
há guinchos de vermes, larvas de sargaço
-- e o cio da gaivota tem sede de caos.
5 comentários:
vou recomendar à carla sofia a leitura deste poema, pois é a praia dela!(",)
p acaso, a praia do meu amor é quase ao lado da bafureira...antes...antes...
Faz muito bem. Qual, a das Avencas?
Só uma vez fui à Bafureira. Para lá da Azarujinha já me ficava longe ...
A propósito, quem é a Carla Sofia?
Chegar aqui e ler no autor tantos caminhos paridos, em conversas, na Brasileira do Chiado...
Viajar às memórias do passado e com os pés no presente dizer de viva voz...Gostei!
Ainda bem, volte sempre!
antes das avencas
a carla sofia, apresento-lhe o seu blog:~
http://universosquestionaveis.blogspot.com/
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