terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ferreira de Andrade

aqui caricaturado como olisipógrafo
autor não identificado
(fonte: Diário Popular, 1963)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

poesia de cascais #24 - Ricardo António Alves (em letra & foto)










OUVINDO WAYNE SHORTER, DE PÉ

O Parque rebenta pelas costuras.
 
Alegría.
 
De joelhos e de cócoras,
as fotógrafas procuram ângulo.
 
Alegría.
 
Waine despeja notas
com ar de executivo em férias.
 
Alegría.
 
Engasgado o soprano,
a secção rítmica arranca
nos inesperadas flexões
de joelhos. De joelhos
as fotógrafas continuam
à procura do melhor ângulo.
 
Alegría.
 
O tempo estava incerto.
Chuva no final do concerto.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

poesia de cascais #23 - Gastão Cruz














ONTEM NA BOCA DO INFERNO

Ontem olhando o mar que penetrava
sob as escarpas num rumor difuso
de fim de primavera quando a brava
cratera do inverno esquece o uso

dado às águas, enquanto te escutava
como um vulcão de sentimento (escuso
falar-te do amor de que essa lava
de palavras mortais movia o fuso

nas nossas vidas oscilantes) vi
novamente na voragem no teu rosto
ao inferno descido O mar em ti

reflectia-se não como o reposto
equilíbrio das águas na estação
visível mas como água da paixão

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

uma fotografia histórica com Luís Cardim

No blogue de António Quadros Ferro, dedicado ao seu avô, o escritor e filósofo António Quadros -- muito ligado a Cascais, quer através dos seus pais, António Ferro e Fernanda de Castro, e já na vida adulta (recordo-me de me cruzar com ele várias vezes na Rua Direita, na Avenida Valbom) --, deparei-me com esta histórica fotografia dos corpos docente e discente da Faculdade de Letras do Porto, no ano lectivo de 1927-28,  pouco antes do seu encerramento compulsivo, e na qual figura, como não podia deixar de ser, o Prof. Luís Cardim (último na terceira fila, à direita, de pasta e bengala), cascaense emérito que Cascais continua alegremente a ignorar, além da sua filha, Ana Cardim (2.ª fila, 2.ª mulher a contar da esquerda), então aluna.
A nata da cultura portuguesa, a Norte, na década de 1920, está aqui representada (ver o post) ; junte-se-lhe o grupo da Seara Nova, em Lisboa,  e o mais audaciosamente subversivo e eminentemente literário grupo da presença, em Coimbra.
 
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