LUTÉCIA OU LUTH NO OUTRO VENTO DO GUINCHO
(Arte Maior)
«Não é justo antepor à sabedoria a mera força corpórea.»
(Xenófanes de Cólofon)
No fogo dos nervos, ao ranger dos ventos,
Todos os rostos são de palha em plena tarde:
Os olhos de malva ficaram cinzentos;
E o que foi gaivota torna-se leopardo.
«Queima os pulsos, foge de noite, ou esquece-a...»
-- Ouço uma voz lenta, ao longe nos sargaços.
Mas no sangue sinto a boca de Lutécia,
No bojo do seu corpo tenho os meus braços.
Como escapar (rápido) à fúria da foca?...
Pego em pedras, não, rasgo-lhe o púbis, cego-a,
Dispo-a, brutal, sim, com facas na boca.
Nos beijos fumados entre o lince e a égua,
Os olhos malvinos são (de novo) balas
-- E o nojo de Luth vai dentro das malas.
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