ONTEM NA BOCA DO INFERNO
Ontem olhando o mar que penetrava
sob as escarpas num rumor difuso
de fim de primavera quando a brava
cratera do inverno esquece o uso
dado às águas, enquanto te escutava
como um vulcão de sentimento (escuso
falar-te do amor de que essa lava
de palavras mortais movia o fuso
nas nossas vidas oscilantes) vi
novamente na voragem no teu rosto
ao inferno descido O mar em ti
reflectia-se não como o reposto
equilíbrio das águas na estação
visível mas como água da paixão
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