terça-feira, 10 de abril de 2012

Três escritores em tempo de catástrofe: Castro, Zweig e Eliade (4)

Escritor que se fez a si próprio, foi no Brasil que Ferreira de Castro se auto-revelou, no meio adverso de um seringal da Amazónia, entre 1911 e 1914. Será, contudo, em Belém, capital do estado paraense, que vivia ainda sob os efeitos da ressaca de uma rubber-rush -- onde permaneceu até 1919, ano do regresso a Portugal --, que o jovem literato, entretanto trabalhando na imprensa local, editará os seus dois livros iniciais (Criminoso por Ambição e Alma Lusitana, ambos de 1916). Na Biblioteca Pública da cidade, bem fornecida de literatura portuguesa e francesa, Castro tomará contacto, pela primeira vez, na maioria dos casos, com os grandes escritores das duas línguas (2), muitos dos quais permanecerão como referências sua. Falamos, naturalmente, de Zola (1840-1902), mas também de Balzac (1799-1854) e Victor Hugo (1802-1885) ou Camilo (1825-1890) e Eça (1845-1900).



(2) Ver Bernard Emery, L'Humanisme Luso-Tropical selon José Maria Ferreira de Castro, Grenoble, Ellug, 1992, pp. 120-121; id., «Ferreira de Castro et la culture française», Miscelânea sobre José Maria Ferreira de Castro, Grenoble, Centre de Recherche et d'Études Lusophones et Intertropicales, 1994, pp. 53-65.


Boca do Inferno #3, Cascais, Câmara Municipal, 1998, pp. 92-93.

(também aqui)

2 comentários:

HELENA AFONSO disse...

Vir aqui é relembrar com saudade Ferreira de Castro.....
Já o mencionei num dos meus posts sobre a AMAZÓNIA e voltei HOJE a fazê-lo no post sobre a MINHA visita a ANGKOR no CAMBOJA.FC foi o meu mentor-inspirador e conhece-lo pessoalmente foi um dos maiores momentos da minha vida....
HELENA

Ricardo António Alves disse...

Muito obrigado, mais uma vez, Helena!

 
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