
POEMA DO MAR E DA SERRA
Ó mar de que não sei nada
Nem vejo que desvendar,
És só a mais larga estrada
Para ir e voltar!
Eu sou lá dos montes
Que medem o céu,
Sou das frias serra onde primeiro o sol nasceu
E onde os rios ainda são apenas fontes.
Sou de onde as árvores falam
A língua que eu conheço,
Onde de mim sei tudo
E do resto me esqueço.
Lá, tenho olhar de estrelas a luzir
E tenho voz de guardador de rebanhos,
Passos de quem só desce p'ra subir,
Mãos sem perdas nem ganhos.
Contigo falo, ó mar,
se a lua vem do céu passear o mundo,
Tornando-te a planície do luar
Sem ecos nem mistérios de profundo.
Mas só lá sou eu da terra e a terra é minha,
Só lá eu sou do céu e o céu é para mim,
Ó serra aonde há tal serenidade
Que nada tem começo
Nem fim.
8 comentários:
a poesia e a geografia...da alma e do espaço
O Branquinho da Fonseca, natural de Mortágua, viveu os seus primeiros anos de Cascais à beira-mar, na zona do velho castelo; voltará à serra, mas à Malveira da Serra, onde construiu uma casa magnífica, na qual residiu até ao fim dos seus dias.
obrigada pela info, sempre a aprender!
De nada!
Era amigo de meu pai e conheci a casa
magnífica é o adjectivo certo
Creio que o pai dele, o escritor Tomás da Fonseca, também ali viveu os seus últimos dias.
A última vez que fui a praia tinha 9 anos. Não lembro como era muito bem, mas recordo-me particularmente da areia nas minhas partes baixas. Bem... desculpe-me...
Pois é, estranha-se, e entranha-se...
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