Ao Professor Victor de Sá
Três escritores procuraram no Estoril e em Cascais um asilo para o absurdo do seu momento histórico. Apenas um deles era um permanente apátrida de facto, apesar da recente naturalização inglesa. Quando por aqui passou já estava moralmente liquidado. Outro, exercendo funções diplomáticas, vindo do oriente do Ocidente, sentiu-se arrancado à história pela pátria que lhe seria vedada e pela mulher que perdera. A provação do labirinto foi a derrocada do seu mundo, pois só somos quando somos em função de algo e de alguém. Por último, um português, visceralmente escritor, só escritor, por vocação e profissão, impossibilitado de sê-lo como entendia dever ser, agarrando-se como tábua de salvação a outras narrativas com desalento e raiva.
Três escritores que a história nos legou, vivendo condicionados no mesmo espaço geográfico pela tragédia de não-ser, de não poder ser.
Três escritores que a história nos legou, vivendo condicionados no mesmo espaço geográfico pela tragédia de não-ser, de não poder ser.
(continua)
4 comentários:
do eliade, li "o sagrado e o profano"
Então fique a saber que ele começou em Cascais o «Tratado da História das Religiões».
não sabia mesmo!obgda
devia era ter tido essa info há uns anos, qdo estava a cursar...lol
Obrigado.
O seu blogue tem um nome belíssimo.
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